Re: TO do Futebol Internacional
Concordo quando tu fala que ambos estão errados no caso dos volantes (imprensa e Felipão). O volante guerreiro ainda é muito útil, creio que apenas um deles, mas é muito útil ainda. Só que cada vez esse volante precisa saber entregar bem a bola, nem que seja as curtas e fáceis. Não é admissível mais erro tosco de passe... O segundo volante sim, cada vez mais precisa de qualidade e velocidade, entretanto, precisa sim de um oxigênio privilegiado pra correr todo o campo e marcar duro. Os últimos dois do Inter são exemplos disso (Guiñazú e Williams). No caso do '5' que citei, Arévalo Rios no Uruguai é um bom exemplo. Marca muito, mas passa o básico bem. Assim como o Gargano! Diego Pérez por sua vez, da velha escola que só marca, cada vez mais perde espaço.sonicman escreveu:Os volantes evoluíram porque a tática evoluiu nesse sentido - o 4-2-3-1 em especial requer volantes capazes de segurar bem a bola, tocá-la com segurança até conseguir fazer ela chegar na frente, e apresentação pra trabalhar jogadas no meio ofensivo. O que acontece (e isso que o futebol brasileiro tem dificuldade em entender) é que esse novo paradigma exige um grande sincronismo tático e uma visão amplíssima de jogo - com volantes descendo, os laterais precisam se resguardar em suas funções defensivas, se o lateral desce, o volante nem ousa descer. Nisso ainda estamos engatinhando.
Quando o Felipão lançou seu protesto contra "volantes goleadores" uns dias arrás, a imprensa esportiva saiu a malhar Judas. Ambos, pra mim, erram. O Felipão, por ignorar a importância tática do volante habilidoso no futebol contemporâneo. A imprensa, por ignorar que os volantes habilidosos são inúteis se não marcarem bem, ou, ao menos, tiverem uma baita aplicação tática na defesa, fechando espaços. Schweinsteiger é um volante fenomenal por fazer essas duas coisas de maneira irrepreensível, e não só por ter um belo passe, como alguns podem fazer parecer.
Quanto à decadência do "9", isso tem muito a ver com a era do 4-2-3-1 também. A ideia de que um meia-atacante adaptado ali (o famoso falso 9) dá um padrão de jogo melhor ao ataque. Pra mim isso é, em parte, uma baita falácia, um fascínio excessivo com o tiki-taka. Quem viu o Lewandowski jogando percebe a importância tática dele no 4-2-3-1 do Borussia, fazendo o pivô em lançamentos, atraindo a marcação e liberando os alas, como referência na area. Naturalmente, jogadores altos, velozes e de habilidade como ele não dão em árvore, mas quando você pode contar com eles, eles tem tudo pra deitar e rolar nesse esquema - vide Lewandowski, Ibra, Mandzukic, etc. Se o R9 tivesse na ativa hoje, acho que ele seria ainda mais dominante que foi no seu auge.
Quanto ao '9', creio que tem importância fundamental no pivô pra abrir o campo nesse 4-2-3-1. E claro, finalizador de área... Que daí qualquer Damião serve.