O Arthur terminou o seu contrato com o Flamengo desde o fim do ano.
Mas o que importa mesmo eh isso aqui:
PAULO VINICIUS COELHO - FOLHA DE S.PAULO
Há dois meses, o agente de jogadores Eduardo Uram fez uma observação importante sobre o futuro dos clubes brasileiros : "Ninguém está prestando atenção, mas daqui a dois anos o Flamengo será muito forte". Sua percepção era de que o rubro-negro está pagando dívidas e salários em dia. Diferentemente de outras épocas - e de outros clubes - a Gávea virou um bom lugar para se trabalhar.
A contratação do atacante Marcelo, do Atlético-PR, confirma a teoria. É o melhor negócio do verão. Marcelo era pretendido por todos os grandes clubes do Brasil e confiou no Flamengo.
Parece incrível, mas o Flamengo de hoje é bom pagador.
A outra razão para o Flamengo ser o destino de Marcelo, em vez do São Paulo, do Corinthians ou do Cruzeiro, é a participação do fundo de investimentos Doyen, o mesmo parceiro do Santos para comprar Leandro Damião.
A sociedade provocou comparações entre o fiasco santista com Damião e a dívida que restará ao Flamengo se Marcelo não emplacar.
Há diferenças fundamentais.
Damião era um jogador em declínio, autor de 38 gols em 2011 e de apenas 13 em 2013. Pelo Santos, foram onze gols em 44 partidas.
Marcelo tem 23 anos, pode aprimorar suas finalizações, mas é um jogador em crescimento.
Se não vender Damião em três anos, o Santos terá de pagar R$ 40 milhões à Doyen.
O Flamengo terá de reembolsar R$ 13 milhões ou vender Marcelo. A quem critica a hipótese da venda vale lembrar que seria também o destino provável de qualquer revelação da Gávea, com ou sem sócio.
Mas a sociedade com a Doyen é um símbolo, por mais extrativista que seja o fundo de investimento do português Nélio Lucas.
O Flamengo hoje encontra sócios e atrai jogadores. Está de volta ao mercado.
A visão dos jogadores e empresários sobre os clubes muda rápido. Logo depois de romper com a MSI, em 2007, o Corinthians não era atraente. No fim de 2008, representava a perspectiva de participar de um projeto vencedor. Ronaldo Fenômeno topou o desafio.
Hoje, há empresários negociando com o Palmeiras, porque Paulo Nobre paga em dia.
O Corinthians segue sendo um destino atraente, mas não tão seguro quanto era há três anos.
O São Paulo negocia a compra do atacante Dudu e oferece 30% do contrato à vista.
O Corinthians tinha a faca e o queijo na mão, mas não o dinheiro. Seu desejo é pagar a primeira parcela somente em maio.
Em 2011, quando os clubes negociaram individualmente os contratos de TV e os acordos deixaram Corinthians e Flamengo muito acima dos demais, apostava-se que o clube paulista poderia se tornar hegemônico --o Flamengo sofria com suas dívidas e os outros recebiam muito menos dinheiro de TV.
Quatro anos depois, os empresários, os fundos de investimento e os jogadores sinalizam apostar no contrário. O Flamengo virou um clube sério.
Ainda sobre a coluna do PVC, este gráfico abaixo ilustra bem o que o jornalista fala:
Obs: Os valores da venda de jogadores estão invertidos, mas a arrecadação dos clubes continua o mesmo.