Re: Copa América FIBA 2015 - 1º jogo 31/08 (16:30) BRA x URU
Esse é o engano.Guimartz escreveu:Não vi o jogo, mas o Brasil não pode nunca tomar 14 pontos de diferença do Uruguai.
Pelo jeito repetimos os mesmos erros dos últimos jogos, muitos arremessos de 3 com baixíssimo aproveitamento (2/21).
Espero que não venha outro fiasco na Copa América como em 2013, mas esta seleção parece que só vem piorando desde o fim do PAN;
Até 1990, Brasil e Uruguay decidiam 75% dos Sul-Americanos, chegaram a decidir até uma Copa América, em 1984.
Muito antes disso, o Uruguay era a potência sul-americana em jogos olímpicos.
Esse tratamento de que, NUNCA podemos tomar 10-15 pontos do Uruguay é o câncer.
Nosso basquete é forjado em pouca profundidade. Seja tática, técnica, estratégica ou história. Quando tu vê um jogo de basquete no Uruguay, tu vê a profundidade da coisa. Isso foi pra Argentina também... Narração, comentários, ideias, conceitos. No Brasil? Só somos protagonistas por potencial econômico e humano. Dois quesitos quantitativos e não qualitativos.
O Brasil sem esses 10-12 jogadores que se formam e vão pra NBA pela alta amostragem (um país gigante) não é nada. E faz muito tempo que é assim... E o pior: Se esses 10-12 jogadores fossem forjados/criados por técnica e planejamento, tudo bem. Mas não, a maioria é criada à força e tamanho. Qual jogador brasileiro na NBA é fruto de técnica? Acho que hoje tivemos o primeiro de todos, Marcelo Huertas. Todos os outros foram por motivos de aberração física... Tiago e Anderson e agora Bebê, pela altura precoce, foram pra Europa, lá se desenvolveram, mas o "salto" foi por aberração física. Os fracassos Baby, Faverani e Fab Melo idem... Força no caso. Nenê é o caso de "força" que deu certo. Marquinhos e Caboclo por causa da aberração dos quase 2,10m com wingspam bizarro. Barbosa e Alex, por velocidade e força... Quando criamos um cara técnico pra levar pra NBA? Nunca.
E o mercado se abre, e vão indo outros (Raul, quiçá Benite e Felício) e as coisas não mudam...
Essa pobreza estratégica nos faz acreditar que o apanhado do NBB é melhor que o apanhado da LUB. Faz achar que Benite é melhor que Fitipaldo, que Rafa Luz é melhor que Osimani. Olivinha melhor que Borsellino... Adoramos falar da tosquisse do Borsellino, mas ele tá lá dando porrada, metendo huevo e ganhando jogo do Brasil por mais uma Copa América. E o Olivinha? Nosso enérgico jogador que fica passivo chutando bolas de três pra ter 25% de aproveitamento. E o nosso scout? Não existe. O único jogador que realmente é superior ao nível dessa seleção é o Augusto. Ele sozinho mataria o Uruguay. Por altura, por força, por talento. Ficou sentado no banco porque fez uma anti-desportiva no Newsome? Vocês viram a raça que o Newsome tava botando em quadra? O cara entrou descontrolado, até nas "peitada" com o banco tava indo além da força. E daí o Magnano tira o Augusto porque o JP Batista vai dar conta do recado? O Léo Meindl vai dar conta do recado?
Não existe. O time do Uruguay é realmente medíocre... O que vamos falar? García Morales e Mazzarino aposentados, Batista e Granger fora. Estamos falando apenas dos dois maiores chutadores do Uruguay em 20 anos, e de dois jogadores que pegaram seleção de campeonato (ACB e Eurocup) nas duas últimas temporadas. Só que achamos que de boa, não estão os chutadores e pronto. Pra quem não sabe, o Uruguay sempre foi famoso por pivôs aguerridos, mas pela baixa estatura, o destaque do Uruguay sempre foram os chutadores e os armadores velozes (como Marcelo Capalbo). E pra quem acha que o Uruguay tem chutadores, que engano. Essa geração que só produziu García Morales e Mazzarino é EXECRADA justamente pela falta de chutadores. Dois chutadores pra uma seleção tão baixa é POUQUÍSSIMO. E nem eles estão... Se o Uruguay tivesse 5-6 chutadores desse calibre no mesmo plantel, como era nos anos 80, seria contender. Mas não tem... Então fazem scout, se aplicam, jogam o jogo que precisam jogar.
E o Brasil? Entra fazendo exatamente o que o adversário quer...
O basquete brasileiro é pobre em todos os sentidos. Base, liga doméstica, administração, profissionalismo.
Todo santo ano é a mesma coisa. Batemos (porque somos vários) nessa tecla fazem 10 anos. E toda vez que os 10-12 extra-classe por quantidade aparece, se maquiam e mascaram os problemas. E nós fingimos que somos potência...
A Argentina mais uma vez com um time minguado vai fazer frente. O Uruguay, com toda sua mediocridade geracional e renúncias, vai fazer frente. O Canadá, com um projeto sério, vai longe. Assim como a Austrália foi... E nós? Continuamos nos contentando com os 10-12 extra-classe e a nossa mediocridade ao dizer que não podemos perder de X pontos de ninguém... Quantas vezes perdemos para o Uruguay na base nos últimos anos? Lembro de um levantamento do Henrique, estava meio/meio, ou seja, 50/50 contando jogos adultos. Deve continuar por aí...
Meus amigos, o Brasil B, quase perdeu para o Chile em Puerto Montt 2008. PARA O CHILE... Esse é o nosso nível abaixo dos extra-classe.
Não se enganem. Quem quase perde para o Chile com o time B, não pode abrir mão de nada.
Que o Magnano mostre ainda ser eficiente, assim quem sabe, não fazemos outro fiasco como em 2013. Nos livros fomos ao Mundial, na quadra, não passamos de Uruguay e Jamaica. Qual é a surpresa com o resultado de hoje? Nenhum né. Só se for pela qualidade desse elenco uruguayo, que realmente é o pior que eu já vi ser formado. Mas tem huevos e profissionalismo!