Mensagem
por Nepopop » Ter Jul 01, 2008 9:54 am
Sem marra, galera, mas me parece que está rolando um ridículo exagero nas comemorações por uma vitória quase que obrigatória sobre um time de menor expressão, forte candidato à briga pelo rebaixamento. O jogo contra os 171 de 87 valia apenas 3 pontinhos e se não fosse aquele gramado imoral eles provavelmente estariam jogando às terças e aos sábados junto com seus co-irmãos de segunda.
O Flamengo jogou bem, é verdade, mas não jogou a bem a ponto de encomendar as faixas do hexa. Não ainda. Frente a escandalosa fragilidade do adversário a vantagem magra obtida nos acréscimos não disfarça os nossos erros (todos já conhecidos) e nossas deficiências. Portanto vamos devagar com o foguetório, o caminho pela frente é ainda é muito longo e pega até mal fazer muita onda, vamos nos dar ao respeito.
Entretanto, não há motivo pra injustiças de nossa parte e os nossos pontos positivos devem ser exaltados sem risco de oba-obismo. Caio Junior está mostrando que é um técnico diferente da grande maioria dos professores que estão por aí. O Flamengo de Caio Junior é mais ofensivo e tem mais toque de bola que o Flamengo do Pai Joel sem com isso perder nada em marcação. Aliás, a impressão que temos, confirmada pelas estatísticas, é que o Flamengo do Caio Junior marca melhor do que o do Joel.
Aliás, as estatísticas, essa forma elegante de mentir, nos trazem incríveis surpresas. Por exemplo, quem diria que o Fla teria um aproveitamento como visitante melhor do que em casa? Nem mesmo os malucos que apostaram que o Mengão teria o melhor ataque da competição poderiam prever esse aproveitamento fora de casa. No jogo de domingo ficou evidente que o time do Flamengo está aprendendo a jogar contra as retrancas sem-vergonha da maioria absoluta dos times que disputam o Brasileiro. Os nossos gols foram gols em que a inteligência prevaleceu sobre o anti-jogo. No primeiro, uma jogada ensaiada na cobrança de falta, Aleluia! e a cabeçada decisiva de Obinaço. No segundo um passe espetacular de Kleberson para o incansável Juan e a conclusão iluminada do nosso camisa 18.
Por causa dele nessa segunda-feira nublada tive que almoçar minha própria língua. Andei falando merda e não acreditava que Obina fosse capaz de agüentar 90 minutos em campo. Quanta ignorância, o que eu chamava de gordura era puro gênio. Evidente que Obina tem que ser titular no ataque, arrumem um lugar pra ele, não importa quem tenha que sair. Obina é foda.
Foi importante a vitória de numero 400 em Brasileiros e mais importante ainda abrir 2 pontos dos segundos colocados, mas ainda faltam alguns ajustes pro Flamengo se qualificar como o bicho-papão do Brasileiro. Por enquanto é mais jogo pensarmos que estamos no bom caminho, mas ainda muito longe do destino final. As sandálias da humildade não servem aos rubro-negros, é coisa pra torcedor de timinho, mas por enquanto é bom ficarmos no sapato.
A parte mais chata do jogo tem que ser destacada também. Eu ia até elogiar o escort pelo fair-play que demonstraram dentro das 4 linhas, cometendo poucas faltas (mas ainda assim mais que o Flamengo) e intimidando pouco ao árbitro. Infelizmente a PM pernambucana, que até parece policia mineira, fez mais uma baianada e deu vazão à sua inexplicável e ridícula vontade de aparecer.
Ao fim do jogo os ocupadíssimos policiais militares foram ao vestiário constranger ao atleta rubro-negro Marcinho com uma despropositada, infundada e escalafobética denúncia feita supostamente por um torcedor do adversário. Denúncia sem queixa, sem prova, sem nada. Será que a PM de Pernambuco sofre do mesmo mal da torcida do scort que ainda não aprendeu a diferença entre que o é legal e o que é legítimo? Ô lugarzinho pra se jogar futebol…
Mengão Sempre