Resposta irada
Besta é tu
Por FELIPE SANTOS
(Como prólogo do texto, digo àqueles que não me ofenderam, ou àqueles que me corrigiram, lembrando que, tecnicamente, pode-se dizer que Rogério Ceni já fez um gol com bola rolando – no empate em 2 a 2 com o Cruzeiro, no Mineirão, pelo Brasileiro do ano passado, quando, aliás, levou, merecidamente, nota dez na “Bola de Prata” de Placar: talvez o adjetivo que usei para o goleiro são-paulino não tenha sido, realmente, o mais correto. Talvez o que eu queria dele seja um ato pioneiro. Porque, diferenciado, Ceni já é, devo dar a mão à palmatória. E, sendo diferenciado, já que faz coisas que outros arqueiros já realizaram, mas com um nível de excelência poucas vezes alcançado, porque exigir pioneirismo dele? Deixemos Ceni do jeito que ele é. Não leve o que vai a seguir em conta. E obrigado por qualquer coisa.)
“Patético” foi o adjetivo menos ofensivo – e menos mal-educado – que li nas críticas ao texto “Rogério Ceni não é diferenciado. Ainda.”.
Mal sabem os leitores do incentivo que me deram a escrever esta resposta.
Porque é você, leitor, o patético da história.
E, pior, não aceita admitir que o é.
A imprensa esportiva brasileira é de qualidade paupérrima? É.
Mas, ultimamente, observo que você, leitor de qualidade paupérrima, também grassa no Brasil.
É você que, em época de Copa do Mundo, não quer ampliar a sua cultura futebolística, só quer saber da “amarelinha”, como se não houvesse mais 31 países no torneio.
É você que orgulha-se de ignorar os outros esportes, falando que “esporte é futebol, o resto é educação física”.
É você que não quer ver mulher jogando bola, invadindo o território dos machos.
É você que tem feito aquela gozação saudável, em que todos tiravam um mútuo sarro, mas continuavam amigos, transformar-se em uma coisa doentia e predatória.
Você não quer mais que seu time vença o adversário, o rival.
Você quer que seu time trucide o adversário, elimine-o. Ou então, quer que o adversário sangre, até morrer.
Você quer ver seu time sendo o único e soberano na face da Terra, sem mais nenhum oponente, tal um exército napoleônico antes de Waterloo, ou o Terceiro Reich antes do General Inverno.
E a quem discordar de você, é reservada a ofensa baixa, o xingamento simples, a ilação desarrazoada. Se o outro magoa-se, você não está nem aí.
Você se contenta com o superficial, não quer melhorar.
Por exemplo: se o dono do blog coloca um texto mais longo, ou um texto cujo assunto não é atual, você já comenta “ih, texto chato, tira isso daí, fala da rodada”. E, se o dono do blog dá notícias e mais notícias sobre o time dele, você tasca um “isso aqui está virando blog do Corinthians, ao invés de blog do Juca”.
Faça duas perguntas a você mesmo.
Quem é o dono do blog? A quem ele deve agradar, primordialmente: a ele ou aos leitores?
Acho que sabemos a resposta.
E, já que você entrou na moda e está colocando frases de “Tropa de Elite” em seu vocabulário – é moda, não é? -, eu vou me rebaixar ao seu nível, leitor.
Leitor, pede pra sair.
(Ah, sim: para não ficar perguntando quem sou eu, vá a
http://blogdojuca.blog.uol.com.br/arch2 ... 09-01.html e procure o texto “Olá, blogueiros”. Se bem que não faz diferença.)